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2010-06-27

Sanjoaninas 2010


Luz, rodas e ziguezagues,
Gentes, música e fraques,
Lantejoulas, cartolas e almanaques,
Recriam o ciclo lunar,
Que para se reinventar,
Terá que ter o povo a cantar,
A dançar, a marchar, a rodopiar.

A folia,
Tem o seu quê de magia:
Ao abrir sorrisos,
Deixar escapar gargalhadas,
Deixar escancaradas,
Goelas, almas, janelas,
Novas sequelas,
De contos de fadas,
Encontrar novas rainhas,
Como se a monarquia,
Reinasse num só dia.

É festa quando o rei desce à cidade,
Mas a pura da verdade,
É que debaixo de uma lua nova,
Todos querem ser reis,
Pelo menos uma hora.

Fotografias de Luis Godinho, Joana, Zm Sintra e Irene Fontes.

Félix Rodrigues

Angra do Heroísmo, 27 de Junho de 2010.

2010-06-20

Jóia do Mundo

Só há uma forma de promover esta terra sem pagar:
Pela palavra.

Podemos desenhá-la com luz,
Mas não a sentimos.
Podemos olhá-la no papel,
Mas não nos envolvemos.
É pela palavra que se soltam os mais puros sentimentos.

A paixão não se compra,
Não se vende,
Apenas se contém;
Sentindo-a.

Esta terra é a minha jóia,
Jóia do mundo,
Do meu globo,
Um micro-planeta,
Mundo em pequeno,
Que na vivência se engrandece,
Assumindo a dimensão do todo.

A minha jóia é uma jóia do mundo,
Que não se vende,
Por não haver mundos que a possam comprar.
Só vos é permitido observá-la e falar dela,
E assim,
Podem criar-lhe valor acrescentado, pela palavra,
Enriquecendo-a.


Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 20 de Junho de 2010.

Fotografias de Jorge Martins, Filipe Lourenço, DI e Sanjoaninas.

2010-06-13

Dançando

Contrabalança nas falanges dos pés,
Num equilíbrio metaestável.
É fácil estar, porque o tempo folgou.

Agiganta-te a rodar de braços abertos,
Como um giroscópio metaliforme,
Brilhante,
Para além das lantejoulas ou chifons que te forram o corpo.

Mostra-nos saltos de cavalo em liberdade,
Movimentos breves e lestos de cisnes,
Batidas rápidas de asas de beija-flores,
Numa síntese de arte, amor e dança.

Na cadência de sentimentos,
Expressos em cada músculo do teu corpo,
Nas pancadas do coração,
Em sintonia com o resfolegar quente, da respiração,
Extingue-te, caindo no fecho,
De exaustão.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 13 de Junho de 2010.

2010-06-05

Hoje: Ambiente

Conhecia-se o mundo,
Numa longa jornada,
Num árduo esforço,
de a cada passo,
Tocar ou cheirar,
A mágica fragrância da novidade.

Descansámos à sombras de tijolos.
Artificializámos o seu interior.
Plasmámos, em cada canto,
Olhos mágicos para o mundo.

Acreditámos que uma imagem
Tinha o cheiro, o pulso ou a aparência da realidade.

Há ambiente e marketing de ambiente.
Há ambiente e ilusão de ambiente.
Há verde e azul nas esquinas do mundo global,
Que se afirma,
Indubitavelmente,
Mais grisalho.

Félix Rodrigues
Angra do Heroísmo, 5 de Junho de 2010