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2009-12-26

Ano Internacional da Astronomia - Dia 359 "Brasão de Miranda do Douro"

Isabel Neves e Félix Rodrigues

Miranda do Douro é uma cidade de Trás-os-Montes, sede de concelho e do distrito de Bragança. Está situada na parte mais meridional dessa região, sobre a margem direita do rio Douro, que a separa da província de Leão em Espanha, em terreno montanhoso e alcantilado.
O padre António Carvalho da Costa, na obra Coreografia Portuguesa, bem como outros escritores Portugueses, afirma que Miranda foi uma cidade importantíssima no tempo dos romanos, que lhe deram o nome de Conticum, depois, Paramica, e por fim, Seponcia. Conquistada pelos Árabes em 716, recebeu o nome de Mir-Andul, que depois se adulterou para o actual de Miranda.
Durante as guerras entre os Lusitanos e os Árabes essa cidade foi tomada e destruída, de tal forma que no tempo do conde D. Henrique, estava em completo estado de ruína e quase deserta. Foi nesta miserável situação que D. Afonso Henriques a encontrou, o qual vendo a importância militar e estratégica deste ponto, não só por ser fronteiro aos turbulentos Leoneses, com quem teve várias encarniçadas lutas, tratou de a tornar uma praça de guerra, construindo-lhe um forte castelo e uma pequena cerca de muralhas, em 1136. O castelo mandado edificar tinha uma porta e um postigo, e as muralhas três portas. D. Fernando I fez cunhar moeda em Miranda, usando a letra M como distintivo, posta em cima do escudo das quinas.
Miranda do Douro é sede de um município com 488,36 km² de área e 8 048 habitantes (2001), subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a nordeste e sueste pela Espanha, a sudoeste pelo município de Mogadouro e a noroeste por Vimioso.
O brasão de Miranda do Douro é constituído por um escudo de ouro, com um castelo de vermelho aberto e iluminado de prata. A torre central encimada por um crescente de vermelho apontado ao centro do escudo. A coroa mural de prata tem cinco torres. Possui ainda um listel branco, com os dizeres a negro: " CIDADE DE MIRANDA DO DOURO ".
O actual brasão municipal de Miranda do Douro, inspira-se no antigo brasão da localidade, consistindo num escudo coroado, tendo ao centro um castelo com três torres e sobre a torre do meio a lua em quarto crescente, com as pontas para baixo. A fortaleza, dizem, que comemora a fundação da cidade, que teve princípio no seu castelo, e a lua em crescente significa a esperança, ou o prognóstico, do engrandecimento sucessivo da povoação.

As armas concedidas a Miranda por D. João III, em 10 de Julho de 1545, quando eleva a povoação a cidade, a vila de D. Dinis, eram um castelo tendo ao centro a lua em quarto crescente e com as pontas viradas para baixo. Queria isto dizer que Miranda era praça de armas, significando o crescente o desejo de a ver engrandecida cada vez mais, já que a sua Igreja de Santa Maria fora elevada a Sé por bula de 22 de Maio daquele ano.
O ouro indicado para o campo é o metal mais rico em heráldica e significa fidelidade, constância e poder. O castelo e crescente são de vermelho por ser o esmalte que significa vitória, ardis e guerra. E o castelo aberto e iluminado de prata porque é o metal que significa humildade e riqueza.
No antigo brasão de Miranda do Douro, a Lua está na mesma posição, mas acima da torre mais alta, dando uma sensação de afastamento que não surge no brasão actual onde o “crescente parece pousado sobre a torre.
Na figura seguinte, reproduz-se uma gravura da obra “As Cidades e Villas da Monarquia Portugueza” que tem Brasão d'Armas de Miranda do Douro (III vols., 1860-62; data na capa do vol. I, 1865, de Inácio de Vilhena Barbosa -1811 a 1890).
Na linha do equador o Quarto Minguante tem a forma de um U enquanto que o Quarto Crescente tem a forma de um “U invertido”, assim sendo, a lua do brasão de Miranda do Douro representa um crescente visto noutra localização que não o da cidade. Tal representação também aparece noutros brasões de vilas e cidades portuguesas.