Polifenóis da mente

Preparem-se as palavras,
Como numa nouvelle cuisine de ideias,
Acompanhem-se-as com frases impregnadas de antocianinas coloridas,
Como um vinho,
Que nos desperta as metáforas dos sentidos.
Enebriemo-nos pelo seu conhecimento,
Paralisemo-nos com a surpresa contida nos seus símbolos.
Nem sempre a batata sabe a batata,
Como o sabor da palavra que não tem sempre o mesmo sentimento.
O chef da cozinha de palavras
É o poeta dos sabores,
O sismólogo da cultura,
Que mede as vibrações que elas encerram,
Quando se juntam ou se separam.
Se os antioxidantes do chá,
Rejuvenescem a pele,
Os poemas são os polifenóis da mente.

Félix Rodrigues

Angra do Heroísmo, 1 de Maio de 2009.