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2007-02-03

NIM

Pensei alhear-me da questão do aborto, mas não o consegui. Sou dos poucos que defendem o NIM, nem não, nem sim, ou seja, sou daqueles que são contra o referendo.
Sou contra o referendo por entender que esta questão não é referendável.
Sei exctamente o que responderia se a pergunta fosse do tipo:
-É a favor da total despenalização do consumo de drogas?
-É a favor da pena de morte?
Não perceberei nunca um referendo que coloca questões como:
-É contra o suicídio?
-É contra convicções neo-nazis?
As primeiras questões prendem-se com formas de gerir problemas sociais, cuja resposta permite perceber até que ponto estamos dispostos a tolerar comportamentos ou a não perdoar actos hediondos. As segundas, com respostas estritamente pessoais, impregnadas de valores pessoais e culturais, chegam a atingir o ridículo se colocadas sobre a forma de pergunta.
Para mim a pergunta em questão deveria ser: Concorda com o projecto Lei Nº? Aí sim, talvez soubesse o que estava a votar, ademais: não sou criminalista.
Entendo que o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez se enquadra mais na segunda categoria de questões do que na primeira, por isso voto NIM.
Ninguém é a favor do aborto. Ser a favor do aborto, o que é que significa? Que todas as mulheres têm que abortar? Que temos que extinguir a espécie humana? Que se é contra a vida?
Se o sim, nada tem a ver com o ser a favor do aborto senso lacto, o que se vota no referendo são as condicionantes do aborto.
São as condicionantes que estão a ser discutidas tanto pelo não como pelo sim. Votar sim ou não, sem poder escolher as condicionantes, para mim, não faz qualquer sentido, muito menos quando se tratam de convicções pessoais, totalmente impregnadas de subjectividade.
Não é a moda ou a média das opiniões que dão sentido a uma questão ou as torna verdadeiras, mesmo em democracia, por isso: NIM.
Os argumentos dos não e dos sim tem andado à volta da vida, por vezes da ausência dela. Creio que todos percebem e aceitam que científicamente ela já existe até antes da concepção: o espermatozoide está vivo e o óvulo também. Após a fecundação, o óvulo fecundado, também está vivo.
A questão em discussão parece não ser esta, mas sim a classificação da vida como humana. No fundo discute-se aquilo que teológicamente se chama "o aparecimento da alma humana". Discute-se, metafísica.
Tenho algumas crenças relativamente à "alma humana", mas essas não são referendáveis, porque cada um tem as suas. Mais uma vez não me interessa saber a média ou as modas das crenças dos portugueses.

DeviantART

Pedem-me que diga não sem a preocupação de criar mecanismos eficazes de apoio às mulheres desesperadas, algumas maltratadas, mal julgadas, mal amadas e por vezes até mal nutridas. Não voto não, porque a actual lei só julga, não ajuda. Não há nenhuma indicação de que sendo aprovado o não se alterarão os apoios ou se alterará o tipo de ajuda.

O Aborto clandestino é efectivamente um grave problema.

Pedem-me que diga sim a todas as decisões, incluindo as mal pensadas, por vezes mal julgadas mas que se acredita que resolve um problema de sanidade física. Não resolve certamente problemas de sanidade mental. Não há nenhuma indicação de que se alterarão apoios ou se alterará o tipo de ajuda, excepto a sanitária e diminuir-se-ão os encargos pessoais.

O sim pode corresponder a uma desresponsabilização social de apoio às mesmas mulheres desesperadas, maltratadas, mal amadas e por vezes mal nutridas. Será que são bem julgadas?
Não estará a grande diferença entre o sim e o não apenas no julgamento público ou institucional? Essa diferença para mim é muito pouca.
Pedem-me então que decida se " a alma humana" existe apenas a partir das 10 semanas de gestação. Haverá alguém que saiba isso? Não cairemos no ridículo de punir o aborto com 10 semanas e um dia? Dez semans e dois dias? Dez semanas e ...trinta dias? Raciocinando ao contrário, nove meses é crime, oito também, três também....e só deixa de ser crime aos dois meses e duas semana!!! Poderíamos ter ido mais longe e ter contabilizado mais ao menos assim: Dois meses, uma semana, 3 dias, 5 horas, 25 minutos e 10 segundos após....
O não, defende que 10 semans é muito, mas não diz até quanto se regride. Até ao acto da concepção? A maioria dos adeptos do não aceita perfeitamente ir até ao dia seguinte ao da concepção.
Nesta perspectiva o referendo pretende que eu decida em que intervalo de tempo, entre dois dias e 10 semanas, ocorre o aparecimento da vida humana. Não sou capaz de o fazer, por isso, voto NIM.
As mulheres têm direito a fazerem o que querem com a sua barriga?
Não creio que esta causa seja uma causa feminista, nem creio que esta escolha seja exclusiva das mulheres. O que acontece é que essa escolha é incentivada por alguns homens, que as abandonam, as maltratam, julgam-nas, desrespeitam e deixam-nas exclusivamente sós com os seus dilemas. Como homem, sentir-me-ia muito mal passar essa responsabilidade exclusivamente à mulher. Por isso também, voto NIM, porque se o dilema fosse meu, gostaria de partilhá-lo, nem o não nem o sim me dão essa possibilidade.
Sou contra um referendo que resulta da falta de coragem do poder político em assumir do princípio ao fim um projecto humanizado da interrupção da gravidez, que é voluntário, por não ter opções, tratando-o como deve ser tratado, com soluções que levam à responsabilização da sociedade em vez de um contributo monetário, de um projecto que trata o assunto como se fosse um assunto mercantizável ou um assunto legislável. É aos políticos que compete propor a lei, por isso votei neles.
Não teria dúvidas em votar um programa para combate à dignificação da vida e da mulher. Tenho dúvidas em votar algo que se traduz numa resposta minimalista transformado num simples sim ou não.
Tenho dificuldades em aceitar o exemplo de outros países, quando o meu foi dos primeiros a proibir a escravatura e a eliminar a pena de morte. A moda ou a média, não me servem de consolo.
Gostaria que o meu país fosse o primeiro a dar a devida atenção a este problema, e que não o reduzisse a questões para as quais não há uma única resposta, uma única lei, um único olhar, uma única interpretação ou um mero referendo.

DeviantART

Não sou Deus nem Anjo, sou simplesmente um homem, com defeitos e limitações.
Quando me pedem sim ou não, estão a dizer-me que os dilemas se resolvem pela maioria das opiniões, ou por 50% das opiniões mais uma. Sei que talvez o objectivo seja promover-nos virtualmente à categoria de Semi-deus.
Félix Rodrigues

Qual é a tua opinião (não pergunto qual é o teu voto)?
Adira à iniciativa:

37 Comments:

At 10:50, Blogger MJ said...

Pelo que tenho lido e ouvido nestes últimos tempos sobre o assunto, esta parece-me uma dissertação bastante lúcida mas não votarei NIM :-)

Um beijo e bom Domingo

 
At 11:37, Blogger Caiê said...

Esquecestes-te de dizer que se Portugal foi um dos primeiros países a abolir a escravatura também foi um dos primeiríssimos a promovê-la... Pesava-lhe na consciência.

Voltando ao aborto. É uma questão do foro da consciência e das circunstâncias de cada um; logo, entendo que nenhuma mulher deve ser julgada em tribunal por isso. A situação actual permite que se façam esses julgamentos e condenações, arrogando aos demais serem juízes públicos e deuses em causa alheia. Além disso, não deixarão de existir abortos nunca (a minha bisavó já falava dos abortos de uma senhora... feitos em casa, com sangoeiras, e muitas infecções e esterilidade póstuma). A sanidade, higiene e cuidados que a nova lei prevê evitam estas situações.
Só pela liberdade íntima de cada qual e pelo direito à saúde (afinal, são direitos constitucionais, ou não? E são, além do mais, direitos humanos!) eu voto SIM.

 
At 11:42, Blogger o alquimista said...

Sou a favor da vida, apenas...!

E a lenda acontece. Em cada noite na Baía do Silêncio queda-se o céu na noite sombria, solta-se o sonho a fantasia...
Luminoso domingo...

Forte abraço meu Amigo

 
At 15:22, Blogger Nilson Barcelli said...

O assunto é bem complexo.
E tu afloraste muita dessa complexidade e muito bem.
De qualquer modo acho que o SIM será o mal menor...
Enfim, também não tenho certezas e esta campanha tem sido uma vergonha nacional...
Um abraço.

 
At 15:49, Blogger Cristina Oliveira said...

Minha Lãmina D'Água vazou...

Estou delineando uma caixa que contenha e mantenha meus mais sinceros sentimentos, presos e protegidos dos maus ventos...

Enfim, cá estou!!!

Meu queridíssimo Félix!!!
Sabe do que mais???

Lendo teu texto, onde o NIM se faz presente e sob fortíssimos argumentos, declaro-me publicamente orgulhosa em ter te conhecido pessoalmente e de poder te dizer que fazes parte de minha seletíssima caixinha, onde guardo as minhas melhores e mais consistentes recordações.

Te escrevi quando estava ainda no Urugauy ou a caminho de lá e também tão logo quando cheguei e penso que tu não deve ter recebido...
Gostaria de poder falar contigo. Sei que teu tempo é curto, mas vou tentar te escrever e te enviarei para teu gmail.

Beijos da Cris

 
At 15:53, Blogger Cristina Oliveira said...

Esqueci de te dizer...

Como fiquei muito tempo sem abrir os blogs, quando fui faze-lo, não sei o que montei, mas acabei por juntar todos num só e agora estão lá colodos todos, o Lâmina D'Água, o Silêncio, que eu uso com o Vasco Oswaldo Santos e apenas para fotografias e o ESCRIBA dele... A princício, todos ficaram com o perfil somente dele e ao tentar consertar, o perfil dele sumiu e entrou o um pedacinho do meu e enfim... Não consigo mais reverter aquilo...

Por essa razão também, resolvi abrir uma nova caixa, que está em teste...

Beijos!!!
Cris

 
At 18:07, Blogger Memória transparente said...

«O acto sexual é para ter filhos» - disse na Assembleia da República, no dia 3 de Abril de 1982, o então deputado do CDS João Morgado num debate sobre a legalização do aborto.

A resposta de Natália Correia, em poema - publicado depois pelo Diário de Lisboa em 5 de Abril desse ano - fez rir todas as bancadas parlamentares, sem excepção, tendo os trabalhos parlamentares sido interrompidos por isso:


Já que o coito - diz Morgado -
tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão
sexual petisco manduca,
temos na procriação
prova de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! -
uma vez. E se a função
faz o órgão - diz o ditado -
consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.

( Natália Correia - 3 de Abril de 1982 )


Bom domingo.

 
At 19:05, Blogger lifeyes said...

Muito boa esta análise, vou aproveitá-la, se me permite

 
At 20:32, Blogger teresa g. said...

Este é um dos posts mais interessantes e bem argumentados que li sobre o referendo! Pois é, também não me apetece nada ter que votar esta 'coisa', parece-me demasiado superficial para poder escolher com consciência. Na realidade esta escolha parece-me mais um facilitismo de quem decide e legisla, porque assim ficam justificadas medidas que pouco resolvem, seja pelo sim como pelo não.

Infelizmente acho que as discussões que se ouvem são muito emocionais e pouco racionais e pouco respeitadoras da posição do outro lado, para ambos os lados. Por isso gostei tanto de ler este post.

Relativamente à iniciativa do apagão... tenho a confessar que também me esqueci completamente, estava a trabalhar e só me lembrei mais tarde. Para dizer a verdade acho que o impacto real só poderia ter valor em termos de sensibilização para os mais distraídos que ainda não perceberam a urgência de fazer algo. E na minha aldeia ninguém ia perceber que em minha casa as luzes estavam apagadas.

Acho que é necessário fazer muito mais, e concordo, é necessária muita educação ambiental. E os blogs são um meio interessante de o fazer, mas às vezes a nossa vida é tão absorvente que o tempo parece sempre pouco. E assim 'pecamos' por omissão, por indiferença e por fazer menos do que poderíamos. Eu pelo menos sinto que o faço...
Vou tentando na realidade real, fazer o melhor que posso... que também parece sempre pouco, dadas as circunstâncias que vivemos.

Beijos

 
At 20:41, Blogger melena said...

concordo com quase tudo o que é dito no post.

também acho que a pergunta a referendo é manca.

é o nosso defeito de não enfrentar os problemas de frente

boa semana

abraço

 
At 20:46, Anonymous Anónimo said...

Boa noite,

Dizem os entendidos sobre a matéria que este referendo tráz a liberdade da mulher...dizem eles.

Só queria saber com esta liberdade toda quantos abortos 1 mulher vai fazer?

Porque esta doideira toda quase que parece um anticoncepcional.

Pois alevá....

Maria DaCosta

 
At 21:06, Anonymous Anónimo said...

Se me permites, junto-me ao teu NIM. E mais não digo porque já disseste tudo.

Kissekes

 
At 22:13, Anonymous Anónimo said...

Quem fez formulou a pergunta quis que se respondesse com uma resposta a duas perguntas: "acha que as mulheres não devem ser penalizadas? e o aborto deve ser liberarizado até às 10 semanas?
È claro, é impossível responder a ambas da mesma forma. Mas direi sempre que na existência de causas concretas que estão por detrás do problema do aborto, liberalizá-lo não a sresolve. Voto Não.

 
At 23:09, Blogger Lâmina d'Água & Silêncio said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 
At 23:18, Blogger Lâmina d'Água & Silêncio said...

Sabe o que eu acho sobre o refrendo de modo geral e seja ele pelo fim que for???

UMA BALELA!!!

É só para ingles ver!!!

Há coisas muito mais sérias precisando serem votadas em todos os países e com a devida urgência e seriedade e um bando de idiotas a buscarem votos de irresponsáveis... Todos sabem muito bem que tudo isso poderia ser resolvido com uma lei correta e coerente, que dê para a mulher a segurança do uso da intervenção cirúrgica e cuidados corretos com a saúde, dentro da ética e para as situações onde a vida dela esteja em risco; para os casos de estupro e doenças congênitas dos bebes e outras situações comprovadamente de risco. Para isso não é preciso gastar o dinheiro que gastam nas campanhas de referendo, para um voto idiota de SIM ou NÃO, sabendo-se todos que o aborto ilegal continuará a existir e que o legal - esse votado e caso vença - servirá para ocupar o papel do contraceptivo. Todo esse dinheiro empregado em camapnha, deveria é estar sendo direcionado para a educação e conscientização do povo e sem as mazelas e intervenções das igrejas. Nisso parlamentar algum se ocupa ou pensa.

Já vi esse filminho de referendos no Brasil e sei para onde vão as moedas e o resultado da palhaçada toda!!!

A fodinha de cada um e de cada dia, devia mesmo ser de responsabilidade única de quem a pratica!!! E é mesmo muito bom na hora de fazer, mas tem preço e custo!!! O aborto oficializado, também!!! Com ou sem o SIM e ou o NÂO, a lei do aborto já devia estar formulada dentro da ética e como uma lei votada e aprovada por parlamentares dignos e conscientes (TEMPO: ISSO EXISTE???), sem todo esse frege!!!

Isso tá parecendo o referendo do desarmamento no Brasil!!!

Santa ingenuidade...

Mas eu dou SIM SIMMM SIMMMM para o teu texto!!!

Beijos meu amigo querido!!!
Cris

 
At 23:18, Blogger Lâmina d'Água & Silêncio said...

Precisei me desfazer dos meus excessos!!!

Outro beijo!!!
da Cris

 
At 21:38, Blogger MJ said...

Não recebi o teu poema :-((((

Tenta enviar de novo... please :-)))

Beijoca

 
At 07:14, Blogger Micas said...

De tudo o que tenho lido sobre o aborto, o teu texto é de longe o mais lúcido e sensato. Até agora também não percebi muito bem o que é que está exactamente em "jogo" neste referendo. Ganhe o "sim" ganhe o "não" o problema não será resolvido, porque será sempre um problema de consciência.
Eu, portuguesa a residir no estrangeiro, foi excluída de votar, é, os emigrantes não tem voto nesta matéria, por isso abstenho-me de comentar, embora tenha a minha opinião bem formada sobre o assunto.
Beijinho

 
At 14:37, Blogger Lâmina d'Água & Silêncio said...

Oi Félix...

Deixei mensagem pra ti em tua caixa!!!

Não consegui separar mais o Escriba do Silêncio e do Lãmina e então resolvi deixar tudo junto mesmo e o Vasco também aceitou!!!

Te deixo um beijo!!!
Cris

 
At 14:52, Blogger Vida said...

Sobre este assunto mesmo é das poucas vezes que leio algo lúcido e claro, para quê o referendo quando vai ficar tudo igual?? o Aborto ilegal vai continuar a existir ganhe o sim ou o não, a falta de apoios a mulheres e crianças vai continuar, no entanto gastam-se milhões para se auscultar a opinião pública, sabendo-se que nada vai mudar, vivemos num país onde a hipocrisia reina e o aproveitamento politico então nem se fala...
Eu adiro ao teu NIM meu amigo.

Beijos a todos.

 
At 15:48, Anonymous Anónimo said...

Devo dizer que finalmente e com agradável surpresa fui capaz de ler um texto relativo ao tema em análise até ao fim sem lamentar uma palavra sequer que tenha escrito. Só lamento que mt se diga, mt se escreva e tanta credibilidade se dê a quem tão pouco em comparação com o seu texto é capaz de dizer, contrapor e argumentar... Concluo, no entanto, dizendo que tb não vou votar certamente no NIM... mas que vou simplesmente votar... no Não.

Gisela Melo

 
At 20:07, Blogger Maria Azenha said...

Concordo em pleno: isto não é um assunto referendável.
N em acredito nestas estéreis discussões...


beijinhos,


***maat

 
At 10:41, Blogger Isabel José António said...

Caro Amigo Félix,

Bem a propósito este teu post.

Só a falta de coragem política nos leva para este referendo. Há a maioria que, tendo sido votada representa (bem ou mal) o povo português. Ora era só legislar... e pronto.

Como muito bem dizes e o Prof. Quintanilha confirmou na RTP 1, em entrevista a Judite de Sousa, "há vida antes da fecundação, quer no espermatozoide quer no óvulo".

Acrescento eu que, a vida é ininterrupta. Tudo o que existe tem vida. o nível vibratório das partículas que constituem tudo o que existe é que varia. O nível é muito mais lento nas rochas do que num espermatozoide ou num óvulo.

Então para quê esta "loucura total e completa" em se dedicar uma importância exageradíssima a uma fase da vida, em que não há ainda CONSCIÊNCIA, e a restante fase da vida, passando pela infância, adolescência, idade adulta e velhice, em que as pessoas, nestas sociedades, são apenas números e nunca há condições para que tenham uma vida digna e plena?

Pessoalmente apetecer-me-ia votar NIM. Mas vou votar sim. Quem sabe se, com o meu voto, não possa contribuir para minorar o sofrimento que tantas mulheres sofrem por estarem grávidas e não terem condições para que a vida do futuro filho venha a ter condições?

Um grande abraço e parabéns pela lucidez.

José António

 
At 12:34, Blogger sa.ra said...

Sou categoricamante contra o referendo

despois contra o aborto, mas a favor da despenalização - isto porque a minha escolha não pode, nem deve ser imposta ao outros... porque mesmo que fosse (como tem sido) não resolveria, não resolve, não resolverá nada, nenhuma questão... nem o fim da prática do aborto, nem qq sublimação do valor da vida efectivamente, no quotidano... o que sublima o valor da vida... é valorizá-la... não basta parir nem deixar parir, nem impor! isso, só isso, não faz de nós pessoas mais ou menos nobres enquanto defensores da vida, acho.


mesmo que eu seja "não", não é por isso que o aborto não continuará a existir... falo-à quem tiver, quiser, precisar ou desejar fazê-lo... e falo-à sem um apoio médico genuíno, orientado para a saúde e inclusive para a educação em saúde!

sendo "sim" não vou, acredito, contribuir para que haja mais abortos, (porque quem não quiser abortar, continuará livre para não abortar) mas aborto controlados, com monitorização rigorosa dos factos, números - da realidade!
com esclarecimento, com balanço, com hipótese, diante do quadro médico, social, pessoal poder aconselhar-se, discutir-se... para que,talvez um dia, o aborto seja também raro...

sou contra o referendo... muito contra o referendo!

enfim...

beijinho
diam muito feliz

 
At 20:50, Anonymous Anónimo said...

“First they took away the crippled,
but that didn't bother me because I wasn't crippled.

Then they took away the Communists
but that didn't bother me because I wasn't a Communist.

Then they took away the Gypsies
but that didn't bother me because I wasn't a Gypsy.

Then they took away the Jews
but that didn't bother me because I wasn't Jewish.

Then they came for me and who was going to save me?”

(a Nazi concentration camp survivor)

Estas linhas expressam o que eu sinto, em relação ao referendo. A sociedade que quero tem de nos incluir a todos. Se existe a possibilidade de um zigoto ser um ser humano, temos de agir com base nessa possibilidade e não numa arbitrariedade (10 semanas) que exclui, que nos exclui a todos, porque todos tivémos menos de 10 semanas.

Um abraço

Rosalina

 
At 21:55, Blogger Mikas said...

Todas as opinioes sao validas, vamos ver qual vai ser o resultado

 
At 23:37, Blogger Pirata das Berlengas said...

Olá. Já hoje deixei, num outro blogue, um comnetário que não tem a ver directamente com o aborto, mas que se lhe aplica:

Talvez a dificuldade de legislar sobre astes coisas se deva ao facto de que se trata de razões de consciência.

E as "razões de consciência" variam de pessoa para pessoa e até. na mesma pessoa, podem-se atravessar fases de distinta sensibilidade, que determinam escolhas diferentes.

Há razões éticas e razões conjunturais. Por isso o NIM se torna quase mais apelativo que qualquer dos outros resultados.

Como se poderá legislar sobre algo que depende da consciência de cada um?

Não seria melhor EDUCAR as pessoa para que se tornem cada vez mais conscientes e atentas, evitando, tanto quanto possível, ter que recorrer a tal decisão - mas nos casos em que ela foi tomada, evitando também "massacrar" ainda mais quem eventualmente a tenha tomado?

São questões por excelência difíceis de legislar e penso que o seu post reflecte isso mesmo.

Espero que apareça no meu blogue. É muito recente e baseia-se numa ideia muito simples: como poderemos ser NóS PRÓPRIOS a tornar PORTUGAL um sítio melhor e mais positivo? Como - sem esperarmos muitos de outrém, sem os habituais vitupérios e criticas aos outros, poderemos constituir a diferença no bom sentido?

Por um Portugal em que as pessoas se dêem conta de que há tanta beleza como a que vem expressa neste e noutros blogues que tenho visitado.

Parabéns por revelar essa beleza.

O PIRATA

 
At 10:59, Blogger Unknown said...

Beijo MIM!!!

Tenha um lindo dia!!!
Vou te escrever uma mensagem para te dizer o significado do M I M...

Cris

 
At 11:03, Blogger Lâmina d'Água & Silêncio said...

A Cristina aí de cima, sou eu...

 
At 19:24, Blogger poca said...

a minha opinião é que se é preciso responder a esta questão para se deixe penalizar as mulheres que o fazem e para que se começe a ser feito com condições então sim!
a minha opinião é que o livre arbitrium deve ser respeitado sim!
mais nada..

 
At 21:20, Blogger cacharel said...

Decididamente este é um referendo capaz de nos proporcionar uma infindável mistura de sentimentos, de argumentos, de indecisões, de salada de opiniões, de "ses"...

O meu último post também foi "O que fazer no dia 11 de Fevereiro". Espreita lá como eu me sinto...:(

Beijo doce e perfumado*

 
At 18:53, Blogger o alquimista said...

Gota a gota chora o ceu ao entardecer, floresce a terra, eclode a vida...acontece a magia...

Mágico fim de semana...

Forte abraço

 
At 11:03, Blogger Lâmina d'Água & Silêncio said...

MIM...

Acabo de te escrever...
Vá lá para ler, por favor...

Beijo,
Cris

E o endereço que da pessoa que te falei na mensagem, encontrarás na minha lista.

 
At 11:30, Blogger Lâmina d'Água & Silêncio said...

Postei no TRILHAS...

Beijinho querido!!!
Cris

 
At 17:27, Blogger Paulo said...

A minha opinião sobre este blog, rissssssssssssss, é que o mesmo é muito interessante.
Abraço
Paulo

 
At 12:10, Blogger o alquimista said...

Corre a agua nasce a vida no embalo do tempo... Que seja sempre dia, nunca acabe o sentimento...

Puros sentimentos, lindo domingo para ti...

Forte abraço amigo

 
At 11:55, Blogger Maria Graça da Silveira said...

Agora que tudo passou, só tenho pena que não tenhas sido contabilizado nos resultados do referendo.

 

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