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2005-12-29

Atrás de Tempo, Tempo vem.


Não há tempo para nascer,
Mas conta-se-o até morrer.

Quase não há tempo para amar,
Mas há muito para sofrer.

Apenas num segundo se sorri,
Mas precisamos de horas para chorar.

Há uma vida para não perder,
Entre os milénios da História
Que se guarda na passagem breve de cada um.




Atrás de tempo, tempo vem.

Feliz 2006.

Félix Rodrigues.

Qual foi o seu acontecimento marcante em 2005?

Perspectivas:

Procura da Paz de (Bitta)

A ano por imagens de Fátima Silva.

Retrospectiva ambiental de Ana Isabel

O Melhor e o Pior de 2005 por Octávio Lima

O fim de ano português por Piresf

Tempo, tempo, tempo da Lady in Red

Sabedoria ameríndia de MAAT

Direitos humanos com Ambiente do João

Saudade dada em FSILVA

A oração de Tá Difícil

Dá que pensar de Nanda

2005-12-27

Senhor Presidente: Ganhou a abstenção?



Senhor Presidente.
É evidente
Que antigamente
Um ror de gente
Ia votar.




Pus-me a pensar
Que talvez para alcançar,
Ou colaborar,
Com a democracia!?




Mas hoje em dia,
Veja lá quem diria,
Que o Senhor concorria
E até ganharia
As eleições!





Que aldrabões,
Que intrujões,
Que fanfarrões,
Eram os seus oponentes.




As nossas gentes,
São coerentes,
E estavam cientes
Que o elegiam.




Porque se esforçariam,
Se até já sabiam
Que o escolhiam
Pela abstenção?




Pra quê votação,
Pra quê eleição,
Pra quê confusão,
Se já estava eleito?


Estou satisfeito,
Porque a meu jeito
E muito a preceito
Lá fui votar.


Não o quero enganar,
Tão pouco intrujar
Mas só registar,
Que em Portugal
Não há igual
Ao Senhor Presidente.





Félix Rodrigues
Explique-nos, como se fossemos muito burros, porque razão não vai votar!?

Perspectivas

Valoração da abstenção

Brancos vs abstenção

Liberdade de expressão

2005-12-24

Einstein Sem Anos – Intemporal – Ou um tempo relativo?


Depois do Natal, inicia-se a corrida para o fim de 2005, altura de reflexão sobre o que foi esse ano que termina.
Para mim, marcou-me o Ano Internacional da Física. Por ter ouvido falar pouco dele, porque apenas foi comemorado nas escolas, porque não foi abordado na comunicação social portuguesa e porque fisicamente foi um ano igual a tantos outros.
Dado o desinteresse dos jovens pela Física, que se acentuou durante a década de 90, o 3.º Congresso Mundial das Sociedades de Física, realizado em Berlim em 15 e 16 de Dezembro de 2000 por ocasião das Comemorações do Centenário da Teoria Quântica, aprovou resoluções destinadas a Aumentar a Compreensão Pública da Física, elevar o Perfil da Física nas Escolas e a Fortalecer as Sociedades de Física. Aprovou também a proposta da Sociedade Europeia de Física – EPS de se iniciarem diligências para que o ano de 2005, centenário do Annus Mirabilis da produção científica de Albert Einstein, fosse declarado o Ano Mundial da Física.
Em 2005, comemorou-se assim, e também, os cem anos da grande produção científica de Einstein.

Sob proposta do Brasil, da França e de Portugal, a Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO, proclamou 2005 como o Ano Internacional da Física.

Não ouvi um discurso que começasse por:
“Portuguesas e Portugueses, é uma honra para nós, deficitários em conhecimentos de Física e Matemática, termos proposto 2005 como o Ano Internacional da Física, porque percebemos que a Teoria da Relatividade de Einstein é tão bela como a Capela Cistina de Miguel Angelo”.

O que ficou então em 2005 de Física e de Einstein?

A comédia e a irreverência em que se transformou o ensino da Física neste País.

O que conhecemos mais sobre o homem?
Este homem era demasiado sisudo. Preferimos o Carnaval e o Samba!?

Ou talvez o boato de que foi a sua esposa, quem elaborou a teoria da Relatividade: tanto a restrita como a generalizada.
Não teremos capacidades intelectuais no País para fazer ciência e comemorar a Física que mal compreendemos?

“Muitas pessoas dizem que é a capacidade intelectual que faz um grande cientista. Estão erradas: é o carácter!” (Albert Einstein).

Félix Rodrigues
Comente o Ano Internacional da Física em Portugal.
Links Interessantes

2005-12-17

E..... se encalhássemos no Paraíso?

Imaginem que a curta viagem que é a vida, não é feita a bordo do navio da razão que cruzaria os mares do conhecimento.
Preparavamo-nos com tudo o que julgávamos necessário para essa viagem. É certo que uns sairiam melhor preparados do que os outros, mas previa-se que no fim, consoante a rota seguida por cada uma das embarcações, o conhecimento adquirido não fosse directamente dependente da qualidade da preparação inicial.
Numa grande viagem, nem tudo é previsível. O céu altera-se, o mar enfurece-se e a encalhação é possível.
Por vezes encalhamos no Paraíso,
outras no inferno.
Por vezes transformamos o Paraíso no Inferno, mas raramente o Inferno no Paraíso.
E...se encalhássemos no Paraíso? Que carga levaríamos?
A carga mais preciosa seria a nossa cultura e o conhecimento adquirido no mar da sabedoria. Com toda ela reconstruiríamos o resto da nossa vida.
O Paraíso, poderia ser uma ilha vulcânica totalmente coberta de faias a que, sem qualquer equívoco chamariamos de Faial.
Para a encalhação, o vento e o mar empurrariam o navio em que seguíamos, que poderíamos chamar de “CP Valour” para uma baía, provavelmente junto a uma ribeira a que poderíamos dar o nome de Ribeira das Cabras, por ser agreste e ao mesmo tempo selvagem.
A hora da verdade chegaria, e começaríamos a retirar a carga para sobreviver nesse local.

-1200 toneladas de petróleo, para não faltar energia no local do "encalhamento",
-8 toneladas de fosfato de trifenil (utilizado na fabricação de filmes fotográficos) para registar todos os momentos importantes.
-6 toneladas de tintas, para colorir o ambiente,
-19 toneladas de substâncias oxidantes, para combate fitoquímico, ou outros do género, a plantas invasoras.
Em circunstâncias tais, começaríamos certamente, tal como os cães, a marcar território.
Despejavamos óleo sobre o local de desembarque.
Depois, coloríamos de negro a praia, desembarcávamos.....
Se o Paraíso fosse povoado, e os indígenas tivessem uma sensibilidade estética diferente da nossa, haveriam eles de limpar a Praia, porque argumentaríamos que se tratou de um fatídico acidente.
Ninguém em seu perfeito juízo, defenderia que um trágico acidente era intolerável. Por outro lado à volta, no imenso mar, as implicações ambientais da nossa presença seriam quase imperceptíveis.
Parece que, o Parlamento Europeu, em tempos, antes do nosso encalhamento no Paraíso, tinha defendido que a comunidade internacional necessitaria de agir de imediato de modo a estabelecer regras que permitissem minimizar os riscos de acidente e os impactos ambientais das embarcações comerciais. Certamente não passou de uma intenção.
O que sabemos, é que é possível encalhar em qualquer recanto do Paraíso, com qualquer carga, em qualquer altura.
Depois de navegarmos no mesmo mar, de com prestígio, ou em francês, Prestige, termos naufragado, quase em Finisterra, chegamos de novo a outro Paraíso, com a carga que se crê adequada. Esquecemo-nos apenas da bomba atómica.
Entende-se assim facilmente que para navegar no mar do conhecimento, nem sempre a experiência interessa, nem sempre o mau tempo justifica a paragem. A vida faz-se ao rtimo que queremos que aconteça.
Somos capazes de navegar, avaliando o risco? Ou o risco não é mensurável?
A acumulação de substâncias perigosas numa mesma embarcação fará diminuir o risco?
Por vezes naufragaremos no Paraíso, outras, talvez no Inferno.
O que levarias contigo se encalhasses no Paraíso?

Félix Rodrigues

2005-12-13

Impacto Ambiental do Natal

Este post também pretende ser, despretensiosamente, um pequeno Projecto de Sensibilização Ambiental. Liga-se com os posts anteriores, por se enquadrar na mesma época festiva. Liga-se com os anteriores porque se acredita que proteger o ambiente depende da cultura, das emoções e da razão.
Pedia-vos que, quando por aqui passassem, participassem, deixando um pequeno comentário que apresentasse o vosso ponto de vista, referente aos impactos ambientais do Natal.
Aqui fica a primeira provocação, proveniente de uma Universidade Insular : A Universidade das Ilhas Baleares em Espanha.
MATAR UMA ÁRVORE PARA CELEBRAR UMA FESTA, É INDIGNO DE UM POVO CIVILIZADO.

Félix Rodrigues

2005-12-10

O Pai Natal Anda Confuso

Não se admirem se este ano vos disserem que as prendas de Natal são mais pobres do que as dos anos anteriores, porque estamos em crise. Se ainda acreditam no Pai Natal, fiquem a saber que a culpa é dele e de mais ninguém. Apesar de tudo façam um esforço para desculpá-lo, ele está a ficar velhinho, cansado e cada vez menos adaptado ao Mundo Moderno. Recentemente sofreu um pequeno acidente....devido às nossas novas tecnologias.
A ano passado, não foi fácil percorrer alguns países e este ano, parece ter piorado. Já contratou alguns renas especialistas para garantir a integridade física na visita a alguns países problemáticos.
Prevê-se que na próxima década, parte dessa crise esteja ultrapassada, porque a primeira fornada de Renas e Pais Natais, saída da Geração Erasmus já estará em acção.

Para resolver o problema da China em franco crescimento económico, iniciou-se uma nova fase de formação de Pais Natais.

Mal sabemos nós que o futuro........... pode ser muito confuso.

Para mim, sabem uma coisa, tenho muita pena de estarmos a perder o Presépio.

links interessantes:

Desabafo sobre o Natal

Projecto de um Presépio

Presépio Reciclado

História resumida do Pai Natal

Félix Rodrigues

2005-12-07

Eu - Coleccionador de Nuvens

Sou ingénuo, talvez romântico, quiçá utópico.

Sempre gostei das coisas catalogadas, classificadas e ordenadas, talvez por não conseguir mantê-las assim.

Gosto de colecções, porque raramente acabam.

Coleccionando, convencemo-nos que no fim da nossa vida, teremos um espólio tão extenso e tão rico, obtido pelo pequeno esforço diário de apanhar num só dia, uma pequena e ao mesmo tempo única coisa. A esse espólio, provavelmente depositado num museu, estará associada a frase: “Aqui está a grande colecção de mim”. Não falo da colecção de acontecimentos únicos que fazem uma vida, porque a vida, todos coleccionamos, e por haver muitas, essas colecções estão desvalorizadas.

Uma colecção é tão mais valiosa, quantos mais raros forem os objectos que a compõem.

Penso ter enunciado aqui as principais premissas que levam ao início de uma grande colecção.

Eu próprio colecciono nuvens, por serem de algodão, por suportarem os anjos e por serem efémeras como a própria vida.

Coleccionar nuvens é simples: basta estar atento, e todos os dias, ter vontade de querer olhar para o céu e perder menos de um minuto a captar a mais bela nuvem que aí se encontre. Se fizerem isso diariamente, ao fim de um ano, terão na vossa colecção 365 belas nuvens e ao fim de 10 anos, 3650 obras primas.

Imaginam quantas nuvens terei na minha colecção quando morrer?!.

Se os meus herdeiros não valorizarem as nuvens, de pouco ou nada serviu o esforço de coleccioná-las, mas certamente terão peso de consciência em deitá-las fora, por serem muitas e tão diversas. Dessa colecção garanto-vos que algo de bom saiu: morrerá pelo menos um homem apaixonado pelas nuvens.

Sei que não é fácil cuidar e manter uma colecção de nuvens, e ainda por mais, não é fácil encontrar no mercado um manual técnico para nos ajudar à sua conservação, por isso mesmo, decidi partilhar convosco a minha pequena experiência de coleccionador de nuvens.

Para se manter em bom estado uma nuvem, deve evitar-se o seu contacto com os ácidos e os fumos. Os ácidos não lhe alteram a cor mas são capazes de lhe alterar a essência. Os fumos, obviamente que as enegrecem.

As nuvens apanhadas sobre o mar deverão ser conservadas em sal quanto baste, mas nunca com sal em demasia, enquanto que as nuvens apanhadas sobre terra, deverão ser salpicadas com um pouco de pó, para não se esquecerem do local de onde nasceram.

Torna-se por vezes perigoso manter uma boa colecção de nuvens, porque algumas delas tem caracter tempestuoso. Não se deixem intimidar por esse aspecto: essas nuvens se não forem provocadas, perdem normalmente esse mau humor com o tempo.

Há nuvens que devem ser conservadas em fresco, mas não em demasia, para não se tronarem pesadas, e há outras, que devem ser agasalhadas, mas também não em demasia para não se volatilizarem.

No que respeita à catalogação de nuvens estas deverão ser agrupadas em estantes diferentes, consoante a sua origem ou a sua função. Eu classifico as minhas do seguinte modo:

- As que servem para usar à cabeça, chamo-as de orográficas.

As que parecem ter personalidade forte e quererem afirmar-se pela sua imponência, ou aspecto ameaçador, classifiquei-as de Cumulos.
Aquelas que timidamente se espraiam pelo céu, chamo-as de Cirros.
Áquelas que tendem a ocupar todo o céu, chamo-as de Estratos.
Entusiasmei-me de mais a falar das minhas meninas. Confiando que com os poucos conhecimentos que vos passei, serão pelo menos capazes de cuidar destas quatros, queiram aceitá-las, como prenda de Natal.